O Open Banking é um conceito relativamente recente na realidade brasileira. Foi em maio de 2020 que o Banco Central (BC) deu início a regulação do serviço. Em seguida, o BC reuniu mais de 1.000 instituições financeiras, incluindo os grandes bancos, para participação obrigatória no novo sistema que promete uma grande transformação do cenário financeiro.
Agora, o serviço vai ser implementado gradualmente durante 2021, afetando a dinâmica das instituições e, sobretudo, lidando com os dados dos clientes.
Para saber o que é Open Banking e como ele funciona na prática, acompanhe com o Guia do Investidor as informações a seguir.
O que é Open Banking?
De acordo com o Banco Central, o Open Banking é um sistema de compartilhamento de dados, informações e serviços financeiros dos clientes cadastrados nos bancos, fintechs e outras organizações financeiras. Assim a sua proposta é criar um ambiente integrado entre as instituições financeiras que permita o acesso compartilhado dos dados dos correntistas.
Dessa maneira, as instituições podem ter acesso a melhores taxas, prazos e serviços financeiros, conforme as informações do cliente.
Por outro lado, é importante ressaltar que a liberação dos dados ocorre apenas com a autorização do cliente. Ao mesmo tempo, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) assegura a responsabilidade das organizações em proteger as informações.
Como funciona o Open Banking na prática?
Para entender o novo sistema, é preciso saber como era o funcionamento antes do Open Banking.
A princípio, cada banco tinha apenas os dados de seus clientes, sem acesso aos das outras instituições.
Dessa forma, caso uma pessoa queira contratar um produto financeiro em um novo banco, ela deveria fazer o cadastro “do zero”. E o mesmo valia para todas as vezes que contratasse um produto ou serviço em uma instituição nova.
Depois do Open Banking, por outro lado, os dados já estarão em um sistema de dados compartilhados. Sendo assim, um novo banco pode acessar as informações cadastradas por outro, mediante autorização do cliente.
Por exemplo, imagine que você seja cliente do Banco A e queira pedir um empréstimo no Banco B, onde não possui cadastro.
Antes do Open Banking, o Banco B não teria um histórico seu, assim como não saberia o seu perfil. Nesse caso, teria apenas os dados recém cadastrados que não são suficientes para uma boa decisão. Pensando no risco, o Banco B teria uma chance maior de negar o empréstimo, por falta de dados.
Depois do Open Banking, o Banco B vai primeiramente solicitar a permissão para acessar seus dados no Banco A. Após sua a autorização, o Banco B vai ter dados muito mais completos para tomar a decisão. E além disso, vai saber direcionar melhor todos os seus produtos financeiros por ser mais assertivo.
Portanto, o Open Banking será útil para oferecer mais informações ao direcionar taxas, serviços, produtos e afins.
Quando será o início do sistema?
Conforme mencionado, a implementação do Open Banking será gradual, dividida em quatro fases.
Portanto as datas previstas foram:
- 01/02/21 – Início da fase 1: Compartilhamento de dados entre instituições sob supervisão do BC. Nesse sentido, serão produtos, serviços e taxas disponíveis, mas nada do consumidor;
- 15/07/21 – Início da fase 2: Compartilhamento de dados dos clientes (nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc) no sistema. Lembrando que as instituições que não tinham os dados antes só podem acessar com permissão do cliente;
- 30/08/21 – Início da fase 3: Início do serviços de transação de pagamento, como o novo recurso do Whatsapp, por exemplo. Também será possível o compartilhamento do histórico de informações financeiras dos clientes;
- 15/12/21 – Início da fase 4: Possibilidade de compartilhar dados referentes a outras operações. Algumas delas são, por exemplo, câmbio, serviços de credenciamento, contas de depósito a prazo e outros produtos de investimentos, seguros, previdência complementar aberta, entre outros.