Uma notícia movimentou o mercado de investimentos e criptomoedas na quarta-feira. A empresa Braiscompany foi apontada como uma possível pirâmide financeira.
A afirmação partiu de Tiago Reis, fundador e analista da Suno Research. Reis falou sobre a empresa em seu perfil no Instagram, que possui mais de 1 milhão de seguidores.
Segundo o analista, a empresa teria fortes indícios de ser uma pirâmide, por isso ele fez um alerta:
“Quem for da Paraíba, aonde a Braiscompany tem presença forte, avisem seus amigos para sair desta pirâmide.”
Sobre o caso
Tudo começou quando Reis divulgou um stories no Instagram. O analista, que já denunciou empresas como a Unick Forex e a DD Corportation, direcionou sua mira contra a Braiscompany.
“E logo contamina o financiamento a produção. Pirâmide é um câncer pro nosso país e serei um eterno combatente”, comentou o analista.
Imediatamente após a publicação, diversos seguidores passaram a contatar o analista para dar seus depoimentos. A maioria deles é de Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba.
A Braiscompany possui uma forte presença na região.
A repercussão do caso foi tamanha que chegou até Bruno Cunha Lima, prefeito eleito de Campina Grande em 2020.
Cunha Lima chegou a convidar Reis para o São João da cidade, apelidado de “O Maior São João do Mundo”.
Sobre a empresa
A Braiscompany é uma empresa que diz realizar operações com criptoativos. Em seu site, ela se intitula “a maior holding de blockchain da América Latina”.
A empresa tem sede em Campina Grande e filiais em São Paulo, Fortaleza e João Pessoa, esta última capital da Paraíba. Em virtude disso, a força do movimento é maior no estado nordestino.
Apesar de toda a pompa, a empresa é apontada como sendo um esquema de pirâmide. Segundo fontes apuradas pelo CriptoFácil, ela oferece investimentos em criptoativos em troca de rentabilidade.
Segundo as fontes, a rentabilidade oferecida gira em torno de 3 a 10% ao mês. O valor é totalmente fora da realidade do mercado, mas compatível com o oferecido por outras empresas suspeitas.
Um dos líderes da empresa, Antônio Neto, chegou a dar uma palestra para a Ordem dos Advogados do Brasil em Campina Grande (OAB-CG). Esse ponto foi levantado por Tiago Reis em suas publicações.
Segundo o analista, a OAB-CG estaria trabalhando “em conluio” com a empresa. Ele citou a existência de vídeos da Braiscompany fazendo palestra na OAB.
No entanto, a OAB-CG refutou as acusações. A Ordem emitiu uma nota sobre o caso, a qual o CriptoFácil teve acesso. Segue o conteúdo na íntegra abaixo.
O escritório de advocacia Orlando Virgínio Penha & Associados, que representa a Braiscompany, emitiu uma nota pelo Instagram. Ele classificou as acusações de Reis como “falsas e repugnantes”.
“Causa repugnância o teor da publicação, que desconsidera o reconhecimento que a Braiscompany alcançou entre seus clientes ao longo dos últimos dois anos e meio, atuando no mercado de ativos digitais, e o pior sem uma única prova”, disse a nota.